quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

QUE NÃO SEJA IMORTAL, NEM INFINITO, E NEM MESMO DURE

 

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Aquele amor que não quero que me ames

Amor de si mesmo

Amas a infelicidade do próximo

Amas com inveja

Desdém e desprezo há em teu amor

Ah! Esse amor de si mesmo

Amor que caminha de grade em grade

Desde que cante o pássaro feliz por tua prisão

Feliz por não vê-la, nem exergá-la em tuas mãos

Mãos que incitam servir

Contudo, o fato é que subtrais

Tomas, violentas, roubas a alegria

E o fazes com olhar piedoso

Com voz mansa e saudosa

Uma dissimulação forjada

A arte de um demônio

Hermético em sua transparência

Em seu riso, em sua bondade

Eis o teu demônio

Esse amor com que amas

Que nem mesmo se alegra com a alegria particular

Com a alegria que não é tua

A que é do outro

Nem mesmo podes alegrar

Acreditas mesmo que tu sabes, na verdade, o que é a alegria

O que é alegria para o teu próximo

São tuas grades, tuas correntes

Tua compaixão dissimulada

Escondes teu ódio e tua frustração

Escondes tua amargura, teu desespero

E projeta-os sobre o teu próximo

E cada um de teus desejos interrompidos

Tornam-se numa barra de ferro para o teu semelhante

E tens muitas delas, de sobra

Na verdade, que não se tornam

Mas tu, o artífice, transforma tuas misérias

Em aço bruto, em caverna em que moves a pedra para tapá-la

Queres manter dentro dela a irressurreição

Queres afogar a vida na escuridão

Contudo, não a tua, mas a do teu próximo

E chamas isso de amor

O teu amor

O teu amor particular

Dizes ser aquele modo que só tu aprendestes a amar

Aprendestes da vida, dos teus amigos, dos teus pais, do teu deus

Amor cruel, maldito

Amor de teu ventre, de teu próprio umbigo

Amor de teus intestinos

Fétido, pútrido, fecal

Ah! Esse teu amor que ama o que é mau

Que é teu bem, teu próprio bem

Bem de si mesmo e para si mesmo

Se teu próximo dança

Ridicularizas a música, não é a tua

O teu desafinado ranger de dentes

Se lê um poema para sua amada

Tu apagas as luzes

Se ele canta um outro amor

Sabe por esse outro não amada

Se ri de sua fantasia e inflige tua verdade

Tuas amarras, tua arbitrariedade

Teus fantasmas, teus medos

Teus pavores, tua desgraça

És tu dentro dessa gaiola

E sem sair dela procura a laços

Aqueles que queres arrastar para dentro do teu mundo

Pena!

É o máximo que se pode ter de ti

Pena!
Somente.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

METAMORFOSE

 

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És tão menina

Tão leve, tão suave

Uma eterna calma há no tom de tua voz
Ponta da alma, quando falas

Teu rosto, confesso que não o sei ainda

Sua beleza tão exótica me foge à memória

Tão longe de mim

Quando teimo em retomá-la

Aquela imagem se me parece não assimilada

Apenas delicadeza, e nenhuma antítese, e mais nada

E como desenhar teus olhos em mim?

Como tatuá-los em alguma parte?

Para que sejas um outro ser junto ao meu

Juntos e sozinhos

Não que seja um cruel destino

É apenas uma leve dor da paixão

Que na tua beleza, que nunca havia visto algo assim

Ainda me sinto, em alguma parte, vazio

Que a tua presença provoca com mais intensidade

Uma ausência de mim

Quanto mais perto te tenho ao peito

Mais se aperta o coração desse sujeito

Como um ar vindo de dentro

Puxando tudo para dentro de si mesmo

Um ar no meu peito

Uma falta

Falta de ar, falta de espaço, falta de mim

Uma saudade que nem me lembro

Daquele garoto, quando bem pequeno

Alegrava-se solitário, com suas imaginações

Seus sonhos, seus brinquedos

E aí vem o medo quando te aproximas

Então me falta ar, falta espaço, falta a mim

Uma beleza meiga e doce que sempre esqueço

Tu, garota, que menina desse jeito

Alegra esse solitário peito, com suas encenações

Seus jeitos, e nem és brinquedo

E aí vem esse peso

Quando a criança chora por perder

Eis o brinquedo e o perigo

Que de um esplendor infinito

Tornas a pior de todas as perdas

Eis então o medo

Desse infernal receio

De te perder um dia

E já no outro

A vida não ter sentido

 

 

 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

AH, O AMOR!

Velass

 

 

Perdoe-me, palavra!

Não quero sequer ouvir falar do amor

Só quero amar

Só quero amar o amor

Esse que se aproximou

Doce e impetuoso

Alegre e assombroso

E sua doçura ou impetuosidade

Alegria ou assombro

É doçura em amar

Impetuosidade em amar

Alegria em amar

É assombrosamente amável

Não depende de ventos

Não depende de chuvas

Não depende de tempos

Seja brisa, seja ventania

O amor é brasa, é chama que não se apaga no pavio

Sejam as águas, seja onda, seja tempestade em alto mar

O amor é chama que arde no centro desse oceano

No mais profundo, tente achar o seu lugar

E terás de procurar eternamente mais fundo

Seja primavera, outono, inverno, verão

O amor é chama eterna
Não cabe no tempo

No tempo não se faz estação

Aliás, para isso o amor não tem tempo

Do tempo se faz redenção

Os ponteiros, tão tolos

Não podem criar nele ansiedade

Posto que não é feito do efêmero

Ele mesmo dá a eternidade

Não chega atrasado nem se precipita

Faz dos ponteiros um contra tempo

Pois não há medidas no amor

Nem polegadas, nem jardas, nem comprimentos vários

Nem tempo, nem peso, nem intensidade

Inexprimível

Vencedor da morte

E quando assim se fala

O que mais se falará do amor?

Que venceu o terror dos homens

A sepultura, a morte, a vida...

Arrancou da semente que morrera

O mais belo trigo, e deu ao trigo mãos de amor

Fizeram da semente o mais belo pão

Tirou da sepultura um amigo

“Ele apenas dorme”, disse consigo

Livrou a vida da vida dos homens

Deu a ela a vida de Deus

Misericórdia e perdão

Trouxe o coração do homem até o Seu seio

Ah! O amor que não arde em ciúmes

Não se conduz inconvenientemente

O amor, paciente, bondoso

Não se ufana, não se ensoberbece

Tudo crê, tudo suporta

“Tudo passa”, dizem alguns muitos por aí

E eis o amor

Aquele que permanece

Antes da eternidade

E eternamente depois

Ah! O Amor!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AMOR EnFIM

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E qual bondade divina saciará minha fome e sede

Que tenho de toda a tua delicadeza

Que impar como é não se encontra em outros moldes

Moldes com que se amoldam, infelizmente, outras

Nem mesmo essa linguagem pode falar de ti

Nem se possível fosse juntar todas as palavras

Para colher delas toda a diversidade de letras

Tu és outra e única

Faz de todas as outras, outras iguais e comuns

É certo que não entendo

Tornastes inaptos, relapsos, inócuos

Todos os que de ti falam... sem te conhecer de perto

És amor quase que encarnado

Transfigurado no frágil existir humano

És beleza quase que inefável

Mas ainda bem que não és uma deusa

És alguém que posso tocar a face

E por um descuido meu

Pego-me tocando as pálpebras dos teus olhos em pensamentos

E gentilmente dizes para si mesma que é só um carinho

Uma necessidade de te tocar... como uma criança, surpresa, por existires

E estar tão perto

Pego-me encontrando-te em pensamentos

E parece que nunca encontraram o que encontrei

Teus olhos, olhares... e o que de vez me fascina

Tua sina em amar

Minha menina!

Tua sina me encanta

Faz-me sorrir

A lembrança que tenho de ti traz consigo a alegria

E uma certa tristeza gostosa de sentir

Um sorriso semeado nas ruas que sozinhas

Assistem os efeitos que causas em mim

As músicas que se auto interpretam

Para acompanhar tal ensejo

Tal desejo de trazê-la até aqui

Pra bem perto do peito

Como descansando em teu próprio leito

Recostada em mim

Teu amor que se esbanja

Num fascínio sem querer

Numa pergunta (e são tantas)

E as respostas, creio, que já as tenha

Mas me permites o carinho de te responder

Como se me destes a provar algo assim

Que escorre dos lábios num sorriso teu

Que gentileza esse teu jeito

Que quase como um defeito

Me acolhes em ti

Teus olhares deixam-me livre

E não me abandonam

Continuam a olhar para mim

E o amor que neles encontro

Faz-me querer de mim ser parte de ti

Ser desse mundo teu

Onde meu eu quer ser alegre para ti

Tomas-me o que me destes

Sem exigir nada, sem negociar nada

Sem acordos, sem nada escrito ou cravado

Numa tábua cercada de leis

Em teus passos, algo quase que revelado

E quase compreendo

Em teus lábios, carícias escondidas

Por debaixo de tua língua, um favo de mel

Das abelhas mais caridosas

Que sintetizam num tom perfeito

O teu sorriso, esse teu defeito sedutor

Quase que numa única nota

Sombrio seria o teu pranto

Se um dia a visse chorar

Há como dos teus olhos jorrarem águas doces e amargas?

Enquanto a admiro tanto, soa uníssono teu pranto

Teu canto, e no meu canto

Canto também minha tristeza

Desespero em calmaria

Uma acomodação por medo da loucura

Minha constatação mais cruel

O meu amor que por ti é descarado

Como que gritado dos telhados

Como um fogareiro posto em cima duma montanha

Como a alegria leve que emana da criança

Como o dia feito para se fazer novas todas as lembranças

Como aquela conversa que nunca terminamos

Como aquele sussurro que nunca escondemos

Ninguém nunca o soube muito bem

E ainda o procuram saber

És pérola da existência

Beleza contida em si

E o que tenho eu contigo, menina?

Senão amor, paixão

Amo a todos que conheço

Por todos tenho tal apreço

O do de amar quem for o meu próximo

Esse primeiro que aparece diante de mim

Mas por ti tenho o meu endereço

Não vendo, não alugo, não tem preço

Que dele não te esqueças

Que te lembres de mim

Pois às vezes a vejo em minha porta

Enfim, em meu sofá

Sem muito me olhar sentas do meu lado

Sou eu olhando para ti

Ou coisa assim

Por que não soube antes?

Que em instantes tive aquela, a única, que fez parte de mim

Que me devolveu os sonhos, os planos

De construir um jardim onde pudesses brincar

Um jardim feito de ternuras em cada vazo de planta

Em cada canto de porta, em cada janela por onde entra a brisa

Em cada pétala feita de palavras

Em cada cor feita de cumplicidade

Em cada tom feito da gente

Desse amor que quis se assentar

Entre mim e ti

E deu-nos as mãos e nada exigiu para si mesmo

Senão que ao invés de amar a mim

Que amasse esse amor que dele aprendi

Que quando se ama nada quer para si

Quer mesmo que eu a ame como me amou a mim

E quando te percebo vejo que com ele também encontrastes

Vejo-te dando-me algo que só a ele seria digno

Amas-me então com graça, bondade

E nem mesmo disfarças essa beleza criada em ti

Devolvestes-me a mim mesmo

Levando tudo e tudo me doando

Perdi-me: ganhei a ti!

Que nada teria a dar-te

Mas tudo teria ganhando-te

Nada perdi: ganhei o que criou o universo:

O amor... que em teus versos ressoa

Que em tua voz se entoa

Que em teu silêncio ecoa

Difícil é separar “palavra” de ti

É que dizes do amor quando nada moves

Amor… quando nada diz

E se os fazes todos esses e quando deixas de fazê-los

Não és amor em parte, és amor toda e por inteiro

Teus atos dizem do amor

Essa palavra que me lembra teu nome

Tenho ciúmes dessa tua beleza

Tanta pureza que nem sei ser assim

Vejo-me envolto, um pouco e todo

Fazes-me lembrar de mim

Quando criança: aquela felicidade inocente

Quando adulto: aquela inocente felicidade

Não é necessário muita coisa, quase nada

Só a ti e um pouco assim

Esse amor entre nós

Que faz de ti um pouco de mim

De mim um pouco de ti

E basta

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

UM ELOGIO AO AMOR


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O amor não se deixa enganar, posto que nada espera, apenas ama e quer amar. Quando dele se exige que seja "esperto", enganar-se-ia se assim o fosse, posto que renunciaria a si mesmo na esperteza, no esperar a retribuição do favor que só é se é dado, o amor que só é se doado, que não exige nada em troca e nem na troca se faz do amor amante. Apenas ama, ama carente de mostrar amor, sem contudo esperar ser amado.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O OLHAR

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Seu olhar muda o mundo, o seu e o dos que estão ao seu redor. Quem vê, deve ver com bons olhos, até o cego deve ver com bons olhos. O convite do Evangelho é ver através da lente do amor, o amor com que o Pai nos amou, e o Pai revelado no filho que nos amou e se entregou a si mesmo como propiciação pelos pecados de todos. Os olhares, antes de se lançarem para fora, haverão de ter amor, se amor eles querem enxergar. O contrário é falácia, engano, engodo. Quem buscar o amor do lado de fora, viverá egoística-mente exigindo que o amor lhe prove que exista. Viverá num limbo entre entre leis e mandamentos, morais e éticas, contudo, não podendo amar sem tais amarras. Irônico: o amor é pura liberdade. Quem não ama a liberdade do próximo, pouco ama. Quem encontrou o coração descansando no amor de Deus também amou o mundo assim como Deus ao mundo amou, e amou os homens assim como Deus os amou e chamou-os à liberdade alertando-os que não voltem novamente a um julgo de escravidão. É escravidão, qualquer outro caminho fora do amor. Contudo, Deus não ama os "santos", "médicos", "sãos", porém diz "Vós pecadores! Vós sois os meus santos, meus médicos, meus sãos, vós ainda sendo pecadores, e de fato o são e o serão até o fim. Vós estais agora em Cristo que a tudo santificou, justificou e redimiu: vós por estardes Nele sois santos, justos e remidos". Seu olhar, muda o mundo. O seu e o dos que te cercam. Quem vê deve ver com bons olhos, com os olhos daquele Cristo pendurado na cruz dizendo aos que o crucificaram "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Há de se crer no amor, há se crer no perdão incondicional, há se de se olhar o mundo com outros olhos.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O MORALISTA - um espírito antigo.


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Parece-me que houve um que chamou a humanidade a ter o espírito de uma criança, isso porque haviam os "moralistas" chamando a todos a terem o espírito infantil e débil. Tais moralistas se arrogavam de ter a chave da porta para a entrada do saber, contudo, não podiam abandonar suas morais e assim não deixavam ninguém entrar por tal porta e eles mesmos arrogando-se sábios jamais entraram para conhecer a sabedoria. Tornaram-se tolos e, ainda hoje, "incoerência" e "falta de memória" são seus vícios, e tais vícios os prendem aos seus longos conselhos e falatórios em que nem mesmos eles se dão conta de que não movem e não podem mover um dedo na direção do que dizem. Houve um que chamaram de Mestre que convidou a cuidar do próprio coração, porém os moralistas querem ser médicos dos outros. Esse mesmo Mestre ensinou a lembrar-se de onde "eu", convidando ao auto encaramento, cai, porém veio e continua vindo o moralista a dar conselhos e mais conselhos lembrando o outro onde caiu ou pode cair sem se dar conta de que o que diz é projeção de si mesmo mostrando onde ele cairia ou poderia cair se estivesse posto na mesma situação que o outro. A tudo confunde e confundido está até mesmo em ver suas quedas por vias morais e condenar-se a si mesmo a ponto de transferir ao outro um pouco de culpa para que possa carregá-la sem contudo ter que andar arrastando os pés ou mesmo rastejando-se.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

lili

"E a vida segue seu curso
Célere... Efêmera... fugaz!
Como agarrar-se a ela?
Amanhece, ela surge, um vulto
No entardecer ela escorre, se vai.
Passa, corre, quem há de detê-la?
Ah, vida... essa estranha voraz
Nunca se farta, não se cansa
E se não há como medi-la
Se não se pode alcança-la
Dominá-la, contê-la
Se é inexoravelmente débil
Que fazer dessa sina?
Que mais poderia preencher suas sendas?
Senão o amor, que mais lhe seria dado por ensejo?
Amor sereno... brando... perene...
Que à vida não se atrela, visto que lhe transcende
A ela basta, lhe satisfaz
Amor... único capaz de tornar contínua
Aquela que é tão transitória
Ah... o amor... o leito do corrente rio da vida!"

sábado, 1 de junho de 2013

ATEU?


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Fé é crer n'Aquele que enviou a Cristo. Ateísmo não sei o que é.

O "ateu" para mim é um ser humano dependente da Graça de Deus assim como eu, e tem a chance de por meio daquilo que Cristo diz, ou nos textos bíblicos ou no coração, viver dias de Paz. O Evangelho, muito diferente do Cristianismo, traz a "salvação" para Hoje e não para um pós-morte. Assim, se Deus NÃO é experimentado Hoje como alimento para a vida, pão para se alimentar, vinho para se alegrar no dia chamado Hoje, então as penas existenciais de Hoje vencerão aquele que crê numa salvação apenas pós-vida, como se fosse só lá, depois dos portões celestiais que se vive em Paz, ou ainda daquele que não creu em Deus, n'Aquele que só Cristo pode revelar ao coração humano, Aquele do qual posso até tecer longos discursos sobre quem Ele É, porém, que estarei dizendo do que Ele É para mim e em mim, mas isso jamais terá valor capital e visceral para quem ouve, a não ser se em minha mensagem houver aquele "Vem e vê" e o indivíduo ouvinte for ele mesmo, sozinho, em direção a Ele (Cristo). "Saber é sabor", só se sabe Deus conhecendo-O, saboreando-O numa relação individual com Ele, sem as mediações dos "sacerdotes" sejam esses os amigos, namorados, noivos, cônjuges ou pastores, bispos e líderes religiosos. Não se prova a existência de Deus, de forma nenhuma, nem pelos meus atos, assim se digo que pelos meus atos Deus pode ser evidenciado então já não faz sentido dizer que Ele não pode ser provado como evidência na existência já que apareceu uma prova, os atos dos que creem. Não! De fato, não! Nem Jesus pelos seus atos provou a existência de Deus. Se João Batista pôde ouvir aquele "Creia pelo menos pelas obras, os mancos estão sendo curados, os cegos veem, os paralíticos se levantam", ai, se João Batista não pudesse ouvir que essas coisas podem ser imitadas pelo próprio Diabo pois ele também pode oferecer esse "reino dos céus" feito de visibilidades e suntuosidades. O absurdo da Fé é que ela não tem SINAIS, não é CONHECIMENTO INTELECTUAL, não é algo que se reconheça no âmbito do finito e transitório.

A Fé exige que ela seja o que É, Fé somente. E O justo viverá de Fé em Fé.

Citando de longe Dostoievski, se Jesus quisesse uma multidão o seguindo Ele o teria conseguido, teria no deserto transformado pedras em pães e então alimentado toda a multidão, pois a multidão segue qualquer um que ofereça "pão" a ela, ela O seguiria pelo "pão", pelo milagre. A multidão quer o milagre, o milagre é válido para que sigam a Deus, mas nem isso Cristo sustentou no mistério da Fé que o Evangelho revela! Não! Nem ao menos para ele se jogar do Pináculo do templo e conclamar os anjos para O salvar e assim tornar isso visível a todos para que cressem que Ele era de fato Deus, isso Ele não o fez, manteve a Fé onde ela exige de si mesma que esteja: no crer. Cristo negou que O seguissem pelo milagre, e deixou aos homens o mais difícil das tarefas: segui-lo por amor. Ele, Cristo, ainda poderia ter tomado o reino do mundo por assalto, governado com Paz e esplendor dignos de uma divindade vitoriosa e poderosa em si mesma, de modo que também fosse esplendor para os homens, porém, Deus não o fez, negou também tomar para si o reino. Se tomasse o governo do mundo e fizesse tudo caminhar à perfeição então teria todos os homens como seguidores, porém, que ofereceu um reino tomado por consciência. Ah! "Consciência" o pior dos fantasmas da mente humana. Deus negou aos humanos também o reino feito de perfeições visíveis ou sensoriais. Jesus negou tudo isso a todos. Pelo "pão" teria todos os homens e a humanidade como seguidores; pela salvação política e social o teriam conclamado "Rei"; pelo milagre teria todos ao seu redor o conclamando “Deus”. Cristo porém negou-os tudo isso e quis somente que os homens o seguisse por amor, consciência, e fé. O fato é que Jesus exigiu demais dos seres humanos. Então veio a igreja, e a igreja ofereceu o "pão", o "milagre", o "reino" onde se come "o melhor dessa terra". A igreja negou Cristo e tomou as carências do homem para si, e assim esse homens se tornaram presas fáceis para elas.

Assim, a Fé é ISSO! Não há um sinal sequer! Quem a vive sabe de si mesmo para com Deus, e Deus o reconhece como Seu! E não se enganem, o Evangelho é ruptura que acontece no "eu" quando ele (o "eu") se coloca em Deus como Aquele que é a síntese do humano. Ruptura essa que divide existências entre homens e homens. Porém, que vivem todos no mesmo ambiente, e o Evangelho não tira ninguém desse ambiente, do lugar geográfico, mas livra do ambiente existencial de um "eu" posto fora de Deus e assim largado aos ademanes da angústia e do desespero. Não se enganem, o Evangelho é ruptura entre os que "passaram da morte para a vida" e os que, em não crendo, permanecem mortos. Ele é ruptura entre quem vive em Deus e para Deus e aquele que vive em si mesmo e para si mesmo. Ele é ruptura entre aquele que vive o Hoje "como se não houvesse amanhã", que é a fobia da morte, e aquele que já passou do temporal para a eternidade. JÁ passou porque vive nela agora, nesse mundo aqui mesmo. Não espera que os portões celestiais sejam abertos, porque já entrou por ele.

Fé não é uma conclusão absoluta alcançada por meio das relativizações intelectuais evidentemente perceptíveis embasadas numa lógica dissimuladamente indestrutível, não, o nome disso é desespero; a Fé, porém é um ponto absoluto de onde se relativiza toda a existência e torna Deus O mais perceptível e inegável Autor de toda a Vida.

"Quem não tem pecado pode mostrar a alma nua e crua", e foi isso que Cristo fez, faz, e continua fazendo, retira o pecado do indivíduo, o “pecado” é não se achar, perante Deus, perdoado. É esse o Evangelho. Você está liberado para ter a consciência de que se está "pelado" diante de Deus, flagrante o tempo todo, e ACEITO, em Cristo, pois toda a lista de DÍVIDA que era contra a gente foi rasgada e pendurada na Cruz com o inscrito: Está Pago! Está Consumado! Está feito! Acabou!

Vá! Volte para os seus e ame-os, sabendo-se livre por Ele, sabendo-se ACEITO por Ele, HOJE, AGORA.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

SE PUDESSE DECRETAR ALGUMAS COISAS

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Espera-se coisas demais quando se diz de um relacionar-se com Deus. Espera-se que Deus cure a nossa alma, mesmo na maioria das vezes não sabendo exatamente qual a doença real. Expectativas infindas nos colocam longe do relacionamento com Deus. Arrisco a dizer que Deus não quer transformar sua vida, não quer salvar sua existência, não quer mudar você. Se pudesse dar um aval para que todos pudessem assumir e crer nisso, então daria com toda a responsabilidade possível, sabendo muito bem o que estava decretando. Diria até que Deus não quer nem amar. E se alguém me perguntasse então o que Deus quer diria que Ele não quer nada. Nada. “E o que Ele está fazendo numa hora dessas então?”, poderiam me perguntar. Diria que Ele estava bem à porta dos corações humanos, ouvindo-os, contemplando-os, dialogando com eles, sorrindo, brincando, alegrando-se, enfim, Amando-os o tempo todo. Mas, não porque Ele quer, mas porque Ele É.

Se eu pudesse, escreveria uma carta a todos os mundos possíveis e diria que está liberado para se crer que Deus não quer mudar o futuro de ninguém. E mais uma vez diria que Ele está ai do teu lado, enternurando-se da tua companhia. Seria um outro decreto esse, “Deus não quer mudar seu futuro”. Ele não quer nada.
O tempo todo pessoas querem saber qual é a vontade de Deus. Escolhem a pior parte. Atarefam-se para saber o que Ele quer, quando Ele quer, porque Ele quer, e se não quiser que seja exatamente assim, e se quiser de outra forma, como Ele quer. E se alguém assim me dissesse com tom de repreensão “o que estás a fazer ai parado? Não vês que tendes de agradar ao Senhor? Tendes que saber qual a Sua Vontade para isso! Tendes muito a fazer, pois, para saber qual a Vontade de Deus para então servi-lo como Lhe agrada!”. (E essa história eu paro por aqui, e fico por aqui).

Pai! Quando essas pessoas ouvirão a tua mensagem? Quando se abandonarão em Ti assentando no Teu colo como faz a criança que nem mesmo sabe quem És? Quando farão como a “pecadora” e se atirarão aos Teus pés chorando a alegria da eternidade, a alegria de ter a Ti em eterna companhia? Quando farão como o “publicano” que embalado por Ti rogou-lhe misericórdia só por saber com alegria que misericórdia já estava posta à mesa para quem quisesse dela beber e comer? Pai! Quando quererão entender que satisfeito estás em comer com a gente e só isso?

Pai! Quando foi que me revelastes essas coisas? Quando foi que aconteceu que nem mesmo vi e quando percebi estavas olhando para mim sorridente, amável, alegre, terno? Quando foi que perante tantos afazeres meus olhos viram a Tua glória, a glória que não transformou pedras em pães, que não se mostrou no “Todo Poderoso”, que não quis reinos e impérios, mas que assentou-se comigo, vermezinho que sou, para me Amar o tempo todo? Quando, Senhor, que não vi, não sei o dia nem a hora? E em verdade não quero saber dos “quandos”, pois, minha temporalidade perdeu a noção dos ponteiros do relógio, foi tragada pela eternidade fazendo de cada segundo algo que já não se pode dizer, nem explicar, mas apenas viver, e só.

Ainda ouço, meu Jesus!, inúmeras vezes dizendo a muitos, e tomara que ouçam: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária” - e Ele continua – “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lucas 10:41-42).

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Se o Teu Amor não me curar, nada mais o poderá! Eu sei! Contudo, também sei, continuarás me Amando, e eu aos Teus pés!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

“AQUELE QUE AMA CONHECE A DEUS”, E QUASE NUNCA É ASSIM!

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“Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 Jo: 4:7b)

“Conhecer a Deus”, no verso, é um fato, uma verdade sobre “aquele que ama”, porém de outra forma se dá o início do verso que lentamente se transforma não numa afirmação mas numa pergunta: “Quem ama?” ou ainda “O que é esse amar-conhecer-a-Deus?”.

Continuamente, ouço dizeres de pessoas afirmando isso aleatoriamente: “Quem ama conhece a Deus”. Como um grito de um bêbado já na dissolução de suas condições psíquicas aceitáveis como “sãs” dizendo de cima de um banco ou de uma plataforma qualquer que “ele ama a todos e que todos são seus amigos”, e termina sua proclamação batendo no peito para enfim assinar a verdade e a fidelidade do seu discurso, o qual no dia seguinte rir-se-á de si mesmo e perguntará aos amigos “Fiz isso mesmo? Que cômico!”, assim também se torna esse famoso alarde “Quem ama conhece a Deus”. Se com isso não se estabelece o trágico irrefutavelmente termina no cômico.

Pois, que o Amor é uma tarefa para toda a vida e só pode apropriar-se dele no conhecimento de Deus, pois Ele é Amor. Contudo, Ele sendo Amor, não o é como dizem ser o amor todas as vozes de todos os “eus”. A ele não foi dado a conhecer o Amor, porém que conheceu o amor de que tanto os homens falam e não viu neste senão desespero. Assim, quem ama pode nunca ter conhecido a Deus, sendo assim “aquele que ama” nem mesmo se conheceu Amado um dia pois que não experimentou nem conheceu o Amor, mas conheceu e experimentou apenas o amor, esse dos homens que nada é senão desespero. Quem de fato foi Amado por Deus não convida o indivíduo a ser amado por si mas diz “Deus Ama! Vá e veja!”. Esse não recomenda a si mesmo mas aponta para Deus e diz “conhece-O”.

Caso que logo me vem à mente é o daquele “Jovem rico” que tendo “amado o seu próximo como a ele mesmo” não pode senão apenas escandalizar-se com as palavras de Jesus, pois que era rico demais de amor e de prosperidade, de amor e auto justiça, de amor e louvor a si mesmo; era rico demais para aceitar ser Amado por Deus, e pesaroso saiu da presença de Jesus e descobriu a resposta da pergunta que fizera “Que me falta ainda?”: Lhe faltava saber-se-ser Amado por Deus, só assim seus olhos seriam abertos para enxergar sua pobreza e seu enganoso amor por Deus; só assim reconheceria Nele a convergência de todo o seu ser; só assim deixaria de ser o “possuidor de muitos ‘bens’” e teria em si o Bem dos céus: O Amor do Pai!

Nem de longe chegou a ser aquele homem que contemplou O Tesouro e vendeu tudo e comprou o terreno inteiro onde O Tesouro estava escondido, abandonou seu eu em Deus, abandonou-se em Deus, tornou-se um demente para o mundo e ganhou a Vida em Deus. Aquele jovem rico estremeceu-se perante Cristo, entristeceu-se, angustiou-se, pois que viu as linhas de seu manufaturado amor serem desfiadas uma a uma. Amou ao próximo mas não pôde amar a Deus. Pois, que nem mesmo se conhecer Amado por Deus fora, e esse é o engodo do amor dos homens: Podem fazer boas obras porém não podem seguir O Mestre. Desse mesmo modo, fora o tempo todo Amado por Deus, porém preferiu, nos âmbitos estético-existenciais, amar a si mesmo com toda a força do fazer o bem ao próximo. Fato é que sem ser Amado por Deus nem mesmo conheceu a si mesmo, e não necessário seria dizer que nunca nem mesmo enxergou o “próximo”, pois nunca o soube. Enxergar o próximo é uma dádiva, é um enxergar de Deus doado ao indivíduo pelo Seu próprio Amor, só Deus conhece o "próximo", só Ele pode nos mostrar quem o próximo é, e seu ensinamento começa quando seu Amor nos leva até o limite da morte, bem ali no cume do Moriá, e nesse caso não somos Abraão, somos Isaque e Deus está com o cutelo na mão, e contra todo o possível quer terminar a grande obra, contra toda a finita moral, contra toda a finita ética. O “eu” vê Deus levantando-se contra a vida e só lhe resta duas alternativas: Desesperar-se, entristecer-se até a morte e deixar a presença Dele, pasmo e pálido por não suportar tal coisa, sair dali crente que a voz que ouviu era uma voz de si para sim num comento de completa demência; ou crer, crer em Deus, crer que Ele irá exigir o que pediu de um forma ou de outra, porém que exigirá o cumprimento também se sua própria promessa, e Isaque voltará para casa nem que seja ressuscitando dos mortos, como de maneira simbólica assim o foi. Quem crê se torna como aquele paciente à sala de cirurgia que diz ao médico “estou pronto”: ai está toda a justiça do Eterno, que se creia Nele. À semelhança do jovem rico, ainda haverão, como há, muitos que dizem “não mato, não roubo, não levanto falso testemunho, honro meu pai e minha mãe, e amo meu próximo como a mim mesmo”, porém lhe falta ainda uma coisa, a coisa da qual diante dela todas essas outras sucumbem como “trapos de imundícia”, a saber: ser ENCONTRADO ACHADO em Deus, Amado por Deus. Só conhece a Deus quem por Ele se reconhece Amado, e, quem assim vai sendo, também vai conhecendo a si mesmo e Ama, e consequentemente vislumbra a possibilidade desse ser chamado “o próximo”, como havia dito: todas essas coisas são dádivas de Deus, doações divinas, nada vem de nós.

Certo é que alguns dirão terem sidos instruídos no amor de deus-pais, deus-irmãos, deus-amigos; e certo sempre será que se é assim então necessário é abandonar tudo e nascer de novo, pois que o coração desses terão tornado-se demasiado idólatras. Porém, que nasçam de novo, que morram, e que vindo a morrerem também germinem e cresçam e deem bons frutos, frutos do Amor e não do amor. Caso contrário, se não morreu para o amor é porque não conheceu o Amor. Seu destino é terminar como um grão de trigo que insistiu em ganhar sua própria vida: numa amargura solitária.

Só Deus é Amor, assim: sem “desculpas”, sem “mas”, sem “depende”, sem “medos”, sem falta de fé.

Somente Ele nos salva, Hoje, e só, pois que o Amor dele no transformará em “outros” homens!

Quem nunca sentiu o amor condicional dos próprios pais? Da própria mãe? Sempre amando com a vontade de que o filho tenha um sucesso dentro daquilo que eles mesmos concebem como sucesso! Quem nunca experimentou o amor amigo de quem sempre esteve ao lado esperando que você não fosse exatamente você mas que se comportasse com decoro diante deles? Quem nunca sentiu o amor dos líderes religiosos sorrindo para você na esperança de que você conserte seu caminho segundo o que para eles é conserto? Quem nunca sentiu o amor dos homens, que aproximam-se de você mantendo uma certa distância nunca se envolveu com esses: é que também não conheceram o Amor, assim apenas amam mas estão longe de Amar como Deus Ama.

Meu convite é o convite da fé. “Sem fé é impossível agradar a Deus”, assim como Cristo é o agrado de Deus em nós, por nós, e através de nós. Mas primeiro, em nós. Meu convite é que creias no Amor de Deus e assim abandone-se Nele, numa confiança total, desvencilhando-se de tudo o que seu próprio “eu” se prendeu: medo, angústia e desespero. Meu convite é o de rasgar o peito como a “pecadora” na casa do fariseu, e aqui não chamo a “culpa” para esse meu convite mas justamente para o livrar-se dela, da culpa; não chamo aqui a condição moral da “pecadora” para emocionar meus leitores mas chamo a atenção para o salto da fé, livrou-se de todas as possíveis e concretas culpas, disse para si mesma após ter visto O Mestre: Ele me Ama! Ela contemplou a glória de Deus! Agora, a “pecadora” de Israel viu o prazer que Deus tinha nela, o quanto Ele a amava o tempo todo. Nunca exigiu dela nenhum conserto, nunca dela se apartou pela lista do “pecado”, nunca dela quis nada senão Amá-la mais que tudo. Um novo tempo se abriu perante os olhos daquela mulher. E ela Amou a Deus, pois que foi liberta do amor para o Amor. E começou naquele mesmo instante os primeiros atos de Amor semelhantes aos do Pai: “[...] aos pés Dele, chorava; e com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, a enxugá-los com os cabelos, a cobri-los de beijos e a ungi-los com o perfume”. Da mesma forma, em outro lugar, Jesus “levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-se com ela. Depois põe água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido”. Só após ser Amada é que apropriou-se do Amor, e a fé daquela mulher então a salvou porque enxergou que entre ela e O Mestre não havia véu algum que os separassem. Tudo compreendeu e dali para frente creio que muito amou como o fizera naquele exato momento que era esmagada de Amor, o Amor de Cristo por ela.

Meu convite é esse, o de se entregar a Esse Amor de Deus, que expresso na “pecadora” Ele banha os teus pés, os teus mesmo, leitor! com as próprias lágrimas e as enxuga com os cabelos, e beija-te e unge-te, e perfuma-te de Amor. Meu convite é esse, que te entregues a esse Amor Escandaloso que implora para que de graça aceites Dele o Perdão, pois jamais se alegrará em estar longe de alguma das distintas ovelhas de seu rebanho, o rebanho da dispersão. E que jamais vejas a si mesmo nos olhos de Deus como a(o) “pecadora(o)”, mas como filha(o) do Pai, Amada(o) de Deus.

O primeiro “próximo” na vida daquela mulher fora o próprio Cristo, quando o próprio Cristo Amou-a, e ela então, em verdade, conheceu 'o próximo', e este é sempre o primeiro que está perante a gente, e Amou-o porque conheceu antes o Amor de Deus”

“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou...”. (1 Jo. 4:10).

sábado, 27 de abril de 2013


para-pregar-o-amor-de-deus


Sempre que um alguém olhando para o céu disser “Deus não existe!”, ou se ainda um outro olhando para a exuberância do mar e toda a paisagem disser “Ah! Deus existe!”, então é certo que ambos nunca conheceram a Deus, pois que negam ou afirmam a sua existência olhando para o lado de fora. É isso mesmo! Ambos da mesma forma estão certos: Deus não existe do lado de fora; e também não há como negar um Criador olhando para toda a criação. Porém, só é possível conhecê-lO do lado de dentro, olhando para dentro, é lá que Ele mora, é lá que Ele sorri. ("O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas”. Atos 17:24).

sexta-feira, 26 de abril de 2013

pecado

De fato, para quem se apropriou do Evangelho, "pecado" não é assunto. E ainda mais, se de "pecado" se quer falar, "pecado" é não crer que Cristo perdoou todos eles, quem não crê nisso está em pecado. Pois, que o pecado tem sua força no "não toques", "não proves", "não manuseies", enfim, tem sua força na Lei, porém Cristo é o fim da Lei para justiça de todo aquele que crê que perdoados estão todos os seus pecados, os que já aconteceram e os que ainda acontecerão. A força do pecado morreu na Cruz. Só assim se pode dizer "Graças a Deus!", de outra forma se dá graças a Deus em medo e pânico da condenação, da morte, e do inferno: Se dá graças a Deus sem de fato estar experimentando gratidão no espírito.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

JUÍZES DO ÓDIO

odio
Não aceito juízos descomedidos e desumanos sobre qualquer pessoa que conheça ou não, posto que sei quem sou e como desejo ser levado em conta e assim levo em conta o meu próximo em seriedade e responsabilidade. Quem espera de mim juízos condenatórios, preconceituosos, arrogantes saiba é toda sua a perda do próprio tempo.

Sim! Estou aprendendo com Jesus que ensinou a um fariseu que ele podia aprender a amar com uma puta de Israel que se agarrou aos pés Dele em lágrimas e a alma nua, ela sabendo que diante de todos e de Deus nenhum álibi moral ou ético poderia ser invocado. Sim! Ela não era digna, coisa que um religioso jamais poderá aceitar a não ser que, como o grão de trigo, morra para que dê bons frutos.

Assim, também Jesus mostrou que se assentar na roda dos escarnecedores é se assentar com aqueles que fazem uma ideia de si além do que de fato são, e esses não amam senão o próprio ventre e seus ideais não passam de iscas para pegar aqueles que alimentam o ego deles, bajuladores.

Ainda Jesus convidou-me a assentar ao lado Dele quando diante Dele arrastavam uma adúltera pega em flagrante, e quando aqueles arrogantes citavam versículos de Êxodo, Deuteronômio, Levítico, Números dizendo "a lei diz para apedrejar, matar..." Jesus diz para atirar a pedra aquele que nunca pecou. Sim! Jesus me convida a assentar ao seu lado diante da adúltera e ver o amor de Deus se envolvendo sem preceitos morais ou éticos com a tão vil pecadora. Sim! Todos deixam suas pedras e se vão, desde o mais novo ao mais velho. Vão-se e não ficam aos pés de Cristo, vão-se cheios de culpas, envergonhados no ego, sentindo-se falhos diante da ergometria moral mas incapazes de reconhecer a monstruosidade em si mesmos à ponto de querer apedrejar até à morte uma mulher pelo pecado dela afim de esconderem seu ódio por detrás do "preceito de Deus", e de mascararem a falta de amor diante do "mandamento". Arrogantes! Estúpidos! Sim! "Raça de víboras e hipócritas"!

Vão-se para casa todos eles sem pararem perante O Mestre, olharem em Seus olhos e se curvarem em humilhação, sim, pois Jesus sendo Deus não considerou todo Seu poderio algo ao qual deveria se agarrar, muito menos Sua divindade Santa e sem uma sombra de mancha sequer; sendo todo Luz se entregou em ternura aos excluídos, aos indignos, e envolveu-se com Eles, nas mais densas trevas, em amor irrevogável e irrefutável. Porém, aqueles homens, do ódio, não sendo Deus desejavam ser deus, porém, não Deus como Jesus O foi, pois o Deus que Jesus revela aos homens dessa extirpe não faz jus ao deus que eles têm em suas mentes! Não! Jamais aceitarão o Deus que é Amor e que julgou a humanidade na Cruz se fazendo santidade, justiça e redenção por todos e para todos por todas as eternidades possíveis. "Vão aprender o que significa: Misericórdia quero e não sacrifícios e o conhecimento de Deus mais do que holocaustos, se soubessem isso não teriam condenado os 'inocentes'". E que afronta Jesus não faz ao chamar de "inocentes" aqueles que religiosos, moralistas, e adoradores da ética chamavam de "pecadores".

Mas a adúltera fica, ela fica sozinha diante de Cristo! Preste atenção: Ela fica! Todos se vão mas ela fica! Sim! Virão as prostitutas, os adúlteros, promíscuos, beberrões, os moralmente indigentes e se assentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó e sorrirão juntos, e cantarão canções, e se deliciarão no amor do Pai, e Deus não se envergonha de ser chamado de "Deus de todos eles", "Deus de pecadores", "Deus que se assenta com pecadores", "Deus que veio para os pecadores", "Deus que se assenta na roda dos escarnecedores", Deus que ama, mesmo, de verdade, sem essas idiossincrasias hipócritas humanas e religiosas babantes por ver se cumprir no "pecador" o ódio e indiferença enraizados em si mesmos. Deus dos indignos!

É assim! Comigo o chão é mais embaixo, se Deus amou a mim, o mais indigno, com certeza ama qualquer um outro, sem demagogia, sem verborragia, mas de fato.

MEU AMIGO, ALGUMA COISA ESTÁ MUDANDO

Alguma coisa está mudando meu amigo E não sei bem o que é Mas se lembra quando tudo apenas se repetia Então mudanças já são boas...