Alguns chegarão bem perto do fim de suas vidas e descobrirão que o "fim" que procuravam era a própria vida, pois, a vida é o fim para o qual concorrem todas as coisas.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
“AQUELE QUE AMA CONHECE A DEUS”, E QUASE NUNCA É ASSIM!
“Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 Jo: 4:7b)
“Conhecer a Deus”, no verso, é um fato, uma verdade sobre “aquele que ama”, porém de outra forma se dá o início do verso que lentamente se transforma não numa afirmação mas numa pergunta: “Quem ama?” ou ainda “O que é esse amar-conhecer-a-Deus?”.
Continuamente, ouço dizeres de pessoas afirmando isso aleatoriamente: “Quem ama conhece a Deus”. Como um grito de um bêbado já na dissolução de suas condições psíquicas aceitáveis como “sãs” dizendo de cima de um banco ou de uma plataforma qualquer que “ele ama a todos e que todos são seus amigos”, e termina sua proclamação batendo no peito para enfim assinar a verdade e a fidelidade do seu discurso, o qual no dia seguinte rir-se-á de si mesmo e perguntará aos amigos “Fiz isso mesmo? Que cômico!”, assim também se torna esse famoso alarde “Quem ama conhece a Deus”. Se com isso não se estabelece o trágico irrefutavelmente termina no cômico.
Pois, que o Amor é uma tarefa para toda a vida e só pode apropriar-se dele no conhecimento de Deus, pois Ele é Amor. Contudo, Ele sendo Amor, não o é como dizem ser o amor todas as vozes de todos os “eus”. A ele não foi dado a conhecer o Amor, porém que conheceu o amor de que tanto os homens falam e não viu neste senão desespero. Assim, quem ama pode nunca ter conhecido a Deus, sendo assim “aquele que ama” nem mesmo se conheceu Amado um dia pois que não experimentou nem conheceu o Amor, mas conheceu e experimentou apenas o amor, esse dos homens que nada é senão desespero. Quem de fato foi Amado por Deus não convida o indivíduo a ser amado por si mas diz “Deus Ama! Vá e veja!”. Esse não recomenda a si mesmo mas aponta para Deus e diz “conhece-O”.
Caso que logo me vem à mente é o daquele “Jovem rico” que tendo “amado o seu próximo como a ele mesmo” não pode senão apenas escandalizar-se com as palavras de Jesus, pois que era rico demais de amor e de prosperidade, de amor e auto justiça, de amor e louvor a si mesmo; era rico demais para aceitar ser Amado por Deus, e pesaroso saiu da presença de Jesus e descobriu a resposta da pergunta que fizera “Que me falta ainda?”: Lhe faltava saber-se-ser Amado por Deus, só assim seus olhos seriam abertos para enxergar sua pobreza e seu enganoso amor por Deus; só assim reconheceria Nele a convergência de todo o seu ser; só assim deixaria de ser o “possuidor de muitos ‘bens’” e teria em si o Bem dos céus: O Amor do Pai!
Nem de longe chegou a ser aquele homem que contemplou O Tesouro e vendeu tudo e comprou o terreno inteiro onde O Tesouro estava escondido, abandonou seu eu em Deus, abandonou-se em Deus, tornou-se um demente para o mundo e ganhou a Vida em Deus. Aquele jovem rico estremeceu-se perante Cristo, entristeceu-se, angustiou-se, pois que viu as linhas de seu manufaturado amor serem desfiadas uma a uma. Amou ao próximo mas não pôde amar a Deus. Pois, que nem mesmo se conhecer Amado por Deus fora, e esse é o engodo do amor dos homens: Podem fazer boas obras porém não podem seguir O Mestre. Desse mesmo modo, fora o tempo todo Amado por Deus, porém preferiu, nos âmbitos estético-existenciais, amar a si mesmo com toda a força do fazer o bem ao próximo. Fato é que sem ser Amado por Deus nem mesmo conheceu a si mesmo, e não necessário seria dizer que nunca nem mesmo enxergou o “próximo”, pois nunca o soube. Enxergar o próximo é uma dádiva, é um enxergar de Deus doado ao indivíduo pelo Seu próprio Amor, só Deus conhece o "próximo", só Ele pode nos mostrar quem o próximo é, e seu ensinamento começa quando seu Amor nos leva até o limite da morte, bem ali no cume do Moriá, e nesse caso não somos Abraão, somos Isaque e Deus está com o cutelo na mão, e contra todo o possível quer terminar a grande obra, contra toda a finita moral, contra toda a finita ética. O “eu” vê Deus levantando-se contra a vida e só lhe resta duas alternativas: Desesperar-se, entristecer-se até a morte e deixar a presença Dele, pasmo e pálido por não suportar tal coisa, sair dali crente que a voz que ouviu era uma voz de si para sim num comento de completa demência; ou crer, crer em Deus, crer que Ele irá exigir o que pediu de um forma ou de outra, porém que exigirá o cumprimento também se sua própria promessa, e Isaque voltará para casa nem que seja ressuscitando dos mortos, como de maneira simbólica assim o foi. Quem crê se torna como aquele paciente à sala de cirurgia que diz ao médico “estou pronto”: ai está toda a justiça do Eterno, que se creia Nele. À semelhança do jovem rico, ainda haverão, como há, muitos que dizem “não mato, não roubo, não levanto falso testemunho, honro meu pai e minha mãe, e amo meu próximo como a mim mesmo”, porém lhe falta ainda uma coisa, a coisa da qual diante dela todas essas outras sucumbem como “trapos de imundícia”, a saber: ser ENCONTRADO ACHADO em Deus, Amado por Deus. Só conhece a Deus quem por Ele se reconhece Amado, e, quem assim vai sendo, também vai conhecendo a si mesmo e Ama, e consequentemente vislumbra a possibilidade desse ser chamado “o próximo”, como havia dito: todas essas coisas são dádivas de Deus, doações divinas, nada vem de nós.
Certo é que alguns dirão terem sidos instruídos no amor de deus-pais, deus-irmãos, deus-amigos; e certo sempre será que se é assim então necessário é abandonar tudo e nascer de novo, pois que o coração desses terão tornado-se demasiado idólatras. Porém, que nasçam de novo, que morram, e que vindo a morrerem também germinem e cresçam e deem bons frutos, frutos do Amor e não do amor. Caso contrário, se não morreu para o amor é porque não conheceu o Amor. Seu destino é terminar como um grão de trigo que insistiu em ganhar sua própria vida: numa amargura solitária.
Só Deus é Amor, assim: sem “desculpas”, sem “mas”, sem “depende”, sem “medos”, sem falta de fé.
Somente Ele nos salva, Hoje, e só, pois que o Amor dele no transformará em “outros” homens!
Quem nunca sentiu o amor condicional dos próprios pais? Da própria mãe? Sempre amando com a vontade de que o filho tenha um sucesso dentro daquilo que eles mesmos concebem como sucesso! Quem nunca experimentou o amor amigo de quem sempre esteve ao lado esperando que você não fosse exatamente você mas que se comportasse com decoro diante deles? Quem nunca sentiu o amor dos líderes religiosos sorrindo para você na esperança de que você conserte seu caminho segundo o que para eles é conserto? Quem nunca sentiu o amor dos homens, que aproximam-se de você mantendo uma certa distância nunca se envolveu com esses: é que também não conheceram o Amor, assim apenas amam mas estão longe de Amar como Deus Ama.
Meu convite é o convite da fé. “Sem fé é impossível agradar a Deus”, assim como Cristo é o agrado de Deus em nós, por nós, e através de nós. Mas primeiro, em nós. Meu convite é que creias no Amor de Deus e assim abandone-se Nele, numa confiança total, desvencilhando-se de tudo o que seu próprio “eu” se prendeu: medo, angústia e desespero. Meu convite é o de rasgar o peito como a “pecadora” na casa do fariseu, e aqui não chamo a “culpa” para esse meu convite mas justamente para o livrar-se dela, da culpa; não chamo aqui a condição moral da “pecadora” para emocionar meus leitores mas chamo a atenção para o salto da fé, livrou-se de todas as possíveis e concretas culpas, disse para si mesma após ter visto O Mestre: Ele me Ama! Ela contemplou a glória de Deus! Agora, a “pecadora” de Israel viu o prazer que Deus tinha nela, o quanto Ele a amava o tempo todo. Nunca exigiu dela nenhum conserto, nunca dela se apartou pela lista do “pecado”, nunca dela quis nada senão Amá-la mais que tudo. Um novo tempo se abriu perante os olhos daquela mulher. E ela Amou a Deus, pois que foi liberta do amor para o Amor. E começou naquele mesmo instante os primeiros atos de Amor semelhantes aos do Pai: “[...] aos pés Dele, chorava; e com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, a enxugá-los com os cabelos, a cobri-los de beijos e a ungi-los com o perfume”. Da mesma forma, em outro lugar, Jesus “levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-se com ela. Depois põe água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido”. Só após ser Amada é que apropriou-se do Amor, e a fé daquela mulher então a salvou porque enxergou que entre ela e O Mestre não havia véu algum que os separassem. Tudo compreendeu e dali para frente creio que muito amou como o fizera naquele exato momento que era esmagada de Amor, o Amor de Cristo por ela.
Meu convite é esse, o de se entregar a Esse Amor de Deus, que expresso na “pecadora” Ele banha os teus pés, os teus mesmo, leitor! com as próprias lágrimas e as enxuga com os cabelos, e beija-te e unge-te, e perfuma-te de Amor. Meu convite é esse, que te entregues a esse Amor Escandaloso que implora para que de graça aceites Dele o Perdão, pois jamais se alegrará em estar longe de alguma das distintas ovelhas de seu rebanho, o rebanho da dispersão. E que jamais vejas a si mesmo nos olhos de Deus como a(o) “pecadora(o)”, mas como filha(o) do Pai, Amada(o) de Deus.
O primeiro “próximo” na vida daquela mulher fora o próprio Cristo, quando o próprio Cristo Amou-a, e ela então, em verdade, conheceu 'o próximo', e este é sempre o primeiro que está perante a gente, e Amou-o porque conheceu antes o Amor de Deus”
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou...”. (1 Jo. 4:10).
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