quarta-feira, 28 de maio de 2008

... AINDA CANTAMOS


Como me impressiona a força que a vida tem
Mesmo depois de se ter perdido a pessoa amada, o pai amigo
Ainda continuamos fortes, continuamos a vida
Que segue livremente como o vento

Nunca sabemos para onde ela irá
Mas continuamos fortes
Mesmo sem termos certeza de quase nada
Nem de onde viemos nem para onde vamos (E é melhor que seja assim)

Continuamos fortes, ainda sim

Junto com o Sol renascemos todos os dias
E a vida se refaz outra vez

Há canções sendo tocadas lá fora
É algo que grita de dentro do peito
Grita a alegria na dor, a dor na alegria
Mas ainda cantamos

E na fraqueza nos tornamos mais fortes
E continuamos livres como o vento, como a vida
Até a morte de cada dia

PRECISÁVAMOS TÃO POUCO...



Abre a janela do teu peito
Faz tanto tempo que não vejo você aqui
Na rodinha com os amigos contando aquelas histórias
Daquela menina que tanto te fez sorrir, como nunca antes

Me lembro quando brincávamos responsavelmente
Mas agora que nos tornamos adultos brincamos com maldade
Jogamos de verdade, e a peça do tabuleiro somos nós
Somos nós que perdemos

E o vencedor é quem vencer o outro
E o pior é que se aposta a amizade num jogo

Comemoramos a derrota da amizade
Celebramos a vileza e falsidade
Dançando a canção que toca a indiferença
E esquecemos de porque nos reunímos
Pra nos aquecer dessa fogueira que nos preparou a vida tão injusta
Rirmos de nós mesmos a noite inteira
A noite inteira

Precisávamos tão pouco para nos divertir
Agora é tarde, já é hora de dormir
Não temos nem um outro lugar pra ir
Agora é tarde, já é hora de dormir

terça-feira, 20 de maio de 2008

MIGALHAS



Os meus olhos percorrem a terra
Uma lágrima me sai do olhar
Um espelho refletindo a minha imagem
Em cada beco, rua, em todo lugar

Sou o mendigo mendigando a vida
A prostituta que não se faz amar
O louco pregando a sabedoria
O mentiroso tentando dizer a verdade que arde no peito

Mas afinal ninguém vai acreditar
Mas afinal quem vai acreditar?

Me escondo atrás de um singelo sorriso
Pra mascarar tudo aquilo que vejo
Como maldade e desejo
Dentro de mim

Mas quem iria acreditar
Se pudesse dizer a verdade?
Que no banquete que a vida oferece
Preciso apenas de um pedaço de pão e um pouco de vinho

Falar da nossa igualdade
Essa é a nossa verdade
Não importa cor ou classe
Todos os dias se findam numa mesa cheia de migalhas
E um vazio no coração

MEU AMIGO, ALGUMA COISA ESTÁ MUDANDO

Alguma coisa está mudando meu amigo E não sei bem o que é Mas se lembra quando tudo apenas se repetia Então mudanças já são boas...