Sim! Tiras-me o que é teu!
E eu que nem te tenho, egoico te peço
Mas sem querer nada (Que tamanha desgraça!)
Que devolva-te!
Essa estupidez que me assola
Digo-me que essas coisas já são coisas minhas
É melhor não conhecer o amor sem ter certeza de que dele quer encher o teu vazio
Não! Nenhum sábio disse isso, senão um!
Pelo menos apenas um pensou naqueles, no mínimo, sete demônios meus
Que se vão quando chegas e sempre trazem na tua ausência outros sete seus
Se de perdão me alimentasse o teu amor
Setenta vezes sete por dia
Então jamais deixarias essa casa sombria e vazia
E é ai que a incoerência do amor urge e grita
Que me deixas tão livre que me sinto preso
Preso a estes, no mínimo, sete demônios: o tempo e espaço, a angústia, o desespero, a possibilidade da liberdade, o medo, o castigo e o nada.
Se é o amor que liberta
O que mais poderia sentir quando não estás me amando?
Escravo! E o que me prende?
A ideia de que tu tiras essa angústia que sou para dançar
E tu és toda alegria, e outra coisa não podes ser
Devolves-me a mim quando me lembras a mim de mim mesmo
Quando me abraças por inteiro
Todas as minhas partes
Sem de nenhuma delas se escandalizar
Tiras-me de mim quando de mim nada tiras
Quando me convidas todo para a tua alegria
E que quer ser também a minha senão não o seria
Tiras-me de mim quando de mim nada tiras
e me abraças por inteiro cobrindo minhas vergonhas
Não que tenhas poder para perdoar pecados! Não é isso!
É que me olhas com esses olhares
E enxergando-me mantém a graça
Ao meu redor os teus braços
E trazes-te a mim
E oferece-me tuas mãos
Para tocarem as minhas
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