segunda-feira, 24 de março de 2014

CARNE DA MINHA CARNE



sedutora



Meu desejo por ti fala mais alto
Anuncia-se gritando de cima de um telhado
Espalhando por todo canto o que em meu corpo inteiro anda espalhado
Sem segredos te deseja, e te deseja de fato
Meu desejo por ti destila-se numa briga contra o amor
Escorre em desejo e nesse ensejo te quer toda e inteira
Quer as delícias do teu corpo, quer os teus gemidos de prazer
Meu desejo por ti deseja a ti somente
O teu cheiro e não de algum perfume francês
Teu cheiro e tua pele
Teu suor e aquilo que não sei dizer
E aquele papo de amor malbaratado
Que dê espaço para o desejo que me causas
A minha carne te quer
Essa minha vontade de ti
De me-ter entre tuas pernas
Enroscado em tuas forças
Em tuas coxas
Meu desejo te deseja da cabeça aos pés
Por entre meus dedos os teus cabelos
E o teu seio em minha mão
Ir mais fundo em ti esse desejo em mim quer
Adentrando tuas partes
Sem amor: com toda minha vontade
Quero teus lábios, todos
Tuas poses e tudo o mais
Teus gemidos e pedidos
Quero o teu desejo
Pela frente ou por detrás
Quero tua viscosidade alegre e safada
Quero a puta que se insinua
Mas não quero a puta que dá por dinheiro
Essa dá por amor, ao dinheiro
Não quero amor! Por favor!
Quero a puta que ama dar, e só isso
E se não fosses safada nem mesmo a quereria
Quero os teus passos desfilantes
Cadenciados, delirantes
Roupa íntima no máximo
Teu rebolado atraente
Teus olhares assanhados
Quero o vinho ao sabor do tom maldoso de tuas curvas
Quero tudo o que essa maldade me provoca
Quero que venhas com vontade
Não quero amor
Quero você mesma
Esse amor que parece sempre ser um terceiro na relação
Mas eu quero a dois
Amor é brincadeira
E a única brincadeira que quero
É divertir-me no teu corpo nu
Beijar-te os seios querendo tudo
Quero teu umbigo como taça para uma bebida bem forte
Mas beber apenas o que dele escorrer
Ter a língua seguindo o caminho por onde a bebida escolher
Quero-te na posição de uma fêmea, e não de uma mulher
Quero teus instintos e nada de tua donzelice amestrada
Nada de tua fraca farsa recatada
Quero o teu gozo e o teu gemido estridente
Seja meio que reprimido, por entre os dentes
Ou gritado, ou gemido
O que não quero é teu silêncio dissimulado
Tua castidade santarrona
Quero-te a ti
E não me venhas com outra

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