És tão menina
Tão leve, tão suave
Uma eterna calma há no tom de tua voz
Ponta da alma, quando falas
Teu rosto, confesso que não o sei ainda
Sua beleza tão exótica me foge à memória
Tão longe de mim
Quando teimo em retomá-la
Aquela imagem se me parece não assimilada
Apenas delicadeza, e nenhuma antítese, e mais nada
E como desenhar teus olhos em mim?
Como tatuá-los em alguma parte?
Para que sejas um outro ser junto ao meu
Juntos e sozinhos
Não que seja um cruel destino
É apenas uma leve dor da paixão
Que na tua beleza, que nunca havia visto algo assim
Ainda me sinto, em alguma parte, vazio
Que a tua presença provoca com mais intensidade
Uma ausência de mim
Quanto mais perto te tenho ao peito
Mais se aperta o coração desse sujeito
Como um ar vindo de dentro
Puxando tudo para dentro de si mesmo
Um ar no meu peito
Uma falta
Falta de ar, falta de espaço, falta de mim
Uma saudade que nem me lembro
Daquele garoto, quando bem pequeno
Alegrava-se solitário, com suas imaginações
Seus sonhos, seus brinquedos
E aí vem o medo quando te aproximas
Então me falta ar, falta espaço, falta a mim
Uma beleza meiga e doce que sempre esqueço
Tu, garota, que menina desse jeito
Alegra esse solitário peito, com suas encenações
Seus jeitos, e nem és brinquedo
E aí vem esse peso
Quando a criança chora por perder
Eis o brinquedo e o perigo
Que de um esplendor infinito
Tornas a pior de todas as perdas
Eis então o medo
Desse infernal receio
De te perder um dia
E já no outro
A vida não ter sentido
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