terça-feira, 26 de novembro de 2013

METAMORFOSE

 

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És tão menina

Tão leve, tão suave

Uma eterna calma há no tom de tua voz
Ponta da alma, quando falas

Teu rosto, confesso que não o sei ainda

Sua beleza tão exótica me foge à memória

Tão longe de mim

Quando teimo em retomá-la

Aquela imagem se me parece não assimilada

Apenas delicadeza, e nenhuma antítese, e mais nada

E como desenhar teus olhos em mim?

Como tatuá-los em alguma parte?

Para que sejas um outro ser junto ao meu

Juntos e sozinhos

Não que seja um cruel destino

É apenas uma leve dor da paixão

Que na tua beleza, que nunca havia visto algo assim

Ainda me sinto, em alguma parte, vazio

Que a tua presença provoca com mais intensidade

Uma ausência de mim

Quanto mais perto te tenho ao peito

Mais se aperta o coração desse sujeito

Como um ar vindo de dentro

Puxando tudo para dentro de si mesmo

Um ar no meu peito

Uma falta

Falta de ar, falta de espaço, falta de mim

Uma saudade que nem me lembro

Daquele garoto, quando bem pequeno

Alegrava-se solitário, com suas imaginações

Seus sonhos, seus brinquedos

E aí vem o medo quando te aproximas

Então me falta ar, falta espaço, falta a mim

Uma beleza meiga e doce que sempre esqueço

Tu, garota, que menina desse jeito

Alegra esse solitário peito, com suas encenações

Seus jeitos, e nem és brinquedo

E aí vem esse peso

Quando a criança chora por perder

Eis o brinquedo e o perigo

Que de um esplendor infinito

Tornas a pior de todas as perdas

Eis então o medo

Desse infernal receio

De te perder um dia

E já no outro

A vida não ter sentido

 

 

 

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