sexta-feira, 8 de novembro de 2013

AH, O AMOR!

Velass

 

 

Perdoe-me, palavra!

Não quero sequer ouvir falar do amor

Só quero amar

Só quero amar o amor

Esse que se aproximou

Doce e impetuoso

Alegre e assombroso

E sua doçura ou impetuosidade

Alegria ou assombro

É doçura em amar

Impetuosidade em amar

Alegria em amar

É assombrosamente amável

Não depende de ventos

Não depende de chuvas

Não depende de tempos

Seja brisa, seja ventania

O amor é brasa, é chama que não se apaga no pavio

Sejam as águas, seja onda, seja tempestade em alto mar

O amor é chama que arde no centro desse oceano

No mais profundo, tente achar o seu lugar

E terás de procurar eternamente mais fundo

Seja primavera, outono, inverno, verão

O amor é chama eterna
Não cabe no tempo

No tempo não se faz estação

Aliás, para isso o amor não tem tempo

Do tempo se faz redenção

Os ponteiros, tão tolos

Não podem criar nele ansiedade

Posto que não é feito do efêmero

Ele mesmo dá a eternidade

Não chega atrasado nem se precipita

Faz dos ponteiros um contra tempo

Pois não há medidas no amor

Nem polegadas, nem jardas, nem comprimentos vários

Nem tempo, nem peso, nem intensidade

Inexprimível

Vencedor da morte

E quando assim se fala

O que mais se falará do amor?

Que venceu o terror dos homens

A sepultura, a morte, a vida...

Arrancou da semente que morrera

O mais belo trigo, e deu ao trigo mãos de amor

Fizeram da semente o mais belo pão

Tirou da sepultura um amigo

“Ele apenas dorme”, disse consigo

Livrou a vida da vida dos homens

Deu a ela a vida de Deus

Misericórdia e perdão

Trouxe o coração do homem até o Seu seio

Ah! O amor que não arde em ciúmes

Não se conduz inconvenientemente

O amor, paciente, bondoso

Não se ufana, não se ensoberbece

Tudo crê, tudo suporta

“Tudo passa”, dizem alguns muitos por aí

E eis o amor

Aquele que permanece

Antes da eternidade

E eternamente depois

Ah! O Amor!

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