Verdade é que não sei me dar bem com tal coisa. Na vida a gente vive ganhando e perdendo. Ganhamos amizades e perdemos amigos, ganhamos amores e perdemos a amada, nos encontramos e despedimos, chegamos e partimos, veem e vão, se vai, se vão, ganhamos e perdemos.
Nesse caminho onde viajamos nos encontramos com viajantes que chegam, trazem alegria, trazem paz, mas se vão sem dizer adeus, sem dizer nada, apenas continuam a viagem ainda longa ou, para muitos, curta. A minha dor é querer eternalizar tal momento, fazer com que seja sempre assim, sem idas, sem despedidas, sem partidas, sem perdas. As vezes me pego pensando nos que se foram, poderiam ter ficado, mas a viagem sempre continua. Impossível contê-los em algum recipiente, eternalizá-los para sempre, e para sempre fazê-los eternos ao nosso lado. De fato, impossível.
Pessoas são pássaros livres, e só são livres por poderem voar para qualquer lugar que queiram. Amores são também pássaros livres que pousam e sem se saber o porque vão embora, sem nada dizer, sem deixar pista alguma para onde foram, apenas se vão, para sempre. Nunca estamos preparados para perdas, mas ela acontecem assim mesmo, perdemos sempre.
Mas imagino se tais pássaros fossem engaiolados, enjaulados. Olhariam para suas asas e se sentiriam mutilados. Dor maior não há do que essa: Ter asas e estar dentro de uma gaiola. É a dor que se coloca bem diante dos olhos, do coração, das verdades do ser. Como viveriam tais pássaros olhando a vida lá fora sem poder voar livres para sempre? Não. Não seriam pássaros. Seriam tranformados em outra coisa. Seus rostos seriam transfigurados em angústia existencial, seus corações seriam empalhados mesmo ainda permanecendo pulsando. E tal pulsar seria o pulsar pela vida, mas não saberiam mais do que eram feitos. Não se lembrariam mais do ar batendo em suas asas em vôo livre sendo embalados pelo vento... Sentiriam angústia sem saber o porque, sentiriam saudades sem saber do que. Não se lembrariam mais que eram pássaros livres feitos para voarem.
Voem pássaros. Sua beleza está em serem livres. É melhor que se vá e vivam, do que ficar e esquecerem que suas asas são para alçarem vôos, sem fins, apenas voem em paz. Eu também irei, mas saibam, estarei melhor onde estiver se assim estiver livre para ser quem sou: Pássaro livre.
Vão e não voltem se não quiserem, sejam livres!!!
Um comentário:
Texto mais que perfeito!!! Parabéns!!!
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