segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

ENTREMENTES EXISTÊNCIA – (parte 4)

Pois feri a mim mesmo sem entender
E a tudo entendia, mas não conseguia ver
Que era meu espinho, meu ninho
Onde me deitava, e me roçava
O meu amor por ti era minha cama
Mas nunca o aceitaras
Te dei uma flor, pisaste quando se irritava
E se irritava por não me compreender
Pensavas que estava indo contra você
Mas apenas brincava, te chamava a atenção
Queria ver seus olhos olhando nos meus
Em ternura, essa doçura…
Quando então julgavas ser um erro meu
Dar a ti o que o meu amor por ti se deu
Não era a flor, nem a poesia
Era eu aquele que ferias
Eu nada entendia
Te dei meu amor, e o que mais, dar-te, eu poderia?
Cheguei a pensar então que a resposta seria “nada”
Não havia nada em mim que poderia dar a ti
Havia dado o meu amor, tudo de mim
Fiquei confuso ao precisar ser outra coisa
Não era o amor, nem a alegria
Era eu que negavas
Eu todos os dias
Um “Nada” me vi eu
Que trilhei o amor como caminho
Mas se voltou contra mim, nada poderia ser tão ruim
Do que o amor se tornar meu espinho
Auto-destruição
A sociedade sabe quem são os “nadas” da existência
E deles se desviam
No entanto, eu, queria-os encontrar
Me ajuntar a eles, praticar sua abjetas práticas
Procurar aquelas sodomitas raízes
Eu, o mundo, e suas meretrizes
Não, não era o pecado que me movia
Era aquele amor que sentia, desprezado
Que me contorcia
que se tornou ódio por mim mesmo
Ah! Aqueles vis me entenderiam!
Lençóis da escravidão para muitos
A cama da destruição para outros
Para mim o desejo de deixar a existência
Já que minha fé foi abalada
Amor…!? Amor que nada
Hora de sair dessa estrada
Não na prática do ódio
Mas na do suicida, que não quer acabar com a vida
Mas com seu modo de existir
Descrença
Abandono
Se não é assim, então como?
Novamente
Parecem aqueles velhos trilhos daquela velha estação
Em que um dia já estive
Eu, algum vento e solidão
Como alguma coisa que já disse
Quis alguém que me fizesse companhia
Esse foi meu erro maior
Nessa estrada, nesse caminho
Caminhei com quem mais me deixou só
Então descobri
Não era eu, nem do que pensei, nada
Era só a insistência de tentar continuar o que já acabara
Clareza
Eu vi… Tudo à minha volta me mostrava
Ah! Acreditei que o amor curava
Fui como remédio em direção à ferida
Mais ainda me machuquei
Porque você não sai dessa? - perguntei-me eu
Olhe para você mesmo e veja
Não sabes sair não é?
Então eu mesmo respondi
Não consegues desistir
O coração não deixa, não acredita
Como poderia ser assim?

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